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Foto do escritorDa Chic Thief

Entrevista #7 PLUZBRUT

Atualizado: 20 de abr. de 2024

PT

Dezembro é o mês da família pelo que o entrevistado só podia ser o Pluzbrut.



Quando ouvia as suas histórias, nas festas familiares há uns anos atrás, não imaginava vir a entrevistá-lo um dia.


Apesar de já levar 20 anos ligados à cena do graffiti, só há uns 4 é que o vi pintar pela primeira vez, na estação do Lavradio.



Figura conhecida do Barreiro, faz parte dos ADC, GC e UP.


Com diversas peças espalhadas pela cidade, nos seus letterings wildstyle e personagens de contornos exagerados transparecem as suas influências trazidas do hip-hop e do punk-rock, da cena hardcore e das tatuagens, do surf e do skate, dos hot-rod e das café-racer.


Em conversas tidas com outros writers, todos elogiam a sua técnica e disponibilidade.


Aqui está o seu contributo para o blog.



Qual o significado do teu tag?


Plus representa a minha vontade e personalidade em querer ser melhor do que ontem, dar o máximo e fazer cada vez mais.


Tens formação em arte?

Não tenho. Tudo o que sei veio de ver e praticar muito. Com a paixão, comecei a desenvolver a necessidade de pesquisar mais, para abrir a cabeça.


Sou formado em design e isso acabou por me abrir a cabeça, apesar de, nessa altura, já pintar há cerca de 10 anos.


Quando começou o teu interesse pelo graffiti e quais foram as tuas influências na altura?


Começou numa viagem a um campo de férias em que conheci 3 writers de Lisboa. Infelizmente, nunca mais os vi nem cenas deles. Gostava muito de lhes agradecer por me terem introduzido às noções básicas do que o graffiti é.


As minhas influências eram o que estava ao meu alcance no Barreiro: 2ts, Rima, Sikei, Eis, Rufia, Rock, Drops, Odie, Djae, Boey, Nize, Pinhal, Feijão, Colman, Dano, Cali, entre muita outra gente.


Internacionalmente, adorava SUK, as míticas produções americanas (na altura, fiquei a bater muito mal com o cd dos Limp Bizkit que tinha uns murais brutais no interior da capa). Felizmente, com o graffiti.com ainda se conseguia ver muita coisa.


Como era a cena no graffiti quando começaste?


Era mágico.


Era tudo inalcançável e isso tornava-te uma pessoa que tinha de procurar para ter. Infelizmente, sei das coisas depois de acontecerem, por isso acabei por perder muitos eventos importantes que se passavam. Mas, ao crescer, comecei a perceber por onde me mexer e onde ir buscar essa informação.


Lembro-me que haviam encontros na Station onde se juntavam writters, bboys, etc, e de ficar lá a ver filmes de break ou de graff várias vezes. Achava isso das cenas mais fixes e, olhando para trás, vejo que tenho muita sorte em poder guardar memórias de situações muito diferentes daquilo que hoje existe.


Como levei muitos anos a conhecer pessoal que pintava, acabava por influenciar putos da minha turma para virem pintar.


Tenho muita estima pelos tempos passados e pela forma como tudo se passou.


Como descreves o panorama atual do graffiti em Portugal?


Precisamos de mais iniciativa.



Qual é o teu processo criativo e quais são as tuas inspirações?


Actualmente, passa apenas por brincar com formas com rolo, para estruturar a minha base, e brincar todos os efeitos restantes à lata, por camadas, tentando dar mais importância as texturas. Ainda sinto que estou à procura do caminho, mas não tenho pressa.


Tudo conta como inspiração. Costumo fazer colagens com fotografias, cores, estilos de desenho e muitas outras coisas que possam ser usados como base para a criação (mais a nivel do desenho). Em termos de lettering, inspiro-me muito no trabalho de outros writters (adoro Erom, Ziner, NFA, toda a crew de C29, Riots, Azer e muitos outros que um gajo vê no insta).


Pintas com sketch ou freestyle?


Desenho praí metade metade.


Mas as letras é sempre freestyle. Não tenho paciência para copiar do papel.


Qual é a tua lata preferida?


Não sei. Talvez a Dope.


Quais são os teus spots / cidades preferidos?


Não tenho nenhum sítio que tenha pintado que não tenha gostado. Spot preferido, se calhar, diria o Barreiro.


Preferes pintar sozinho ou em grupo?


Em grupo, sempre. Com churrasco, se possível.



Qual é o teu top 3 de writers portugueses?


É muito complicado dizer só três, mas.. Erom, Bray e Secso.


E de writers estrangeiros?


Moner, Sofles e Reso. (Muitos mais)


Quais são os teus planos / projetos futuros?


Pintar muito. Conhecer novo pessoal, cidades e experimentar novas técnicas.


Tens alguma história que queiras partilhar?


Depois de um concerto de Mata Ratos no Pinhal Novo (que dá sempre stress com gás pimenta), fui com o Escolha e a Phyusis pela linha do comboio, em direção a Setúbal, para pintarmos pela linha.


Depois de 2 horas de andar e termos pintado 3 vezes cada um, percebemos, através de um cartaz, que nos enganámos na linha e íamos em direção ao Algarve (em vez de Setúbal). Voltámos para trás outras duas horas e, já de manhã, acabámos por apanhar o comboio.


Props?


Big up a todos aqueles que têm e já tiveram aquela paixão pelo que fazemos. Muito respeito por todos aqueles que tomam iniciativa para adicionar e não dividir.


Por último, fuck toys.


Fotografias / Photos: Da Chic Thief


ENG

December is family month, so the interviewee could only be Pluzbrut.


When I heard his stories at family parties a few years ago, I never imagined I would interview him one day.


Despite having been linked to the graffiti scene for 20 years, it was only about 4 years ago that I saw him paint for the first time, at Lavradio station.


A well-known figure from Barreiro, he is part of the ADC, GC and UP.


With several pieces spread across the city, his wildstyle letterings and characters with exaggerated outlines show his influences brought from hip-hop and punk-rock, the hardcore scene and tattoos, surfing and skateboarding, hot-rod and cafe-racer.


In conversations with other writers, everyone praises his technique and availability.


Here is his contribution to the blog.


What does your tag mean?


Plus represents my will and personality in wanting to be better than yesterday, giving my best and doing more and more.


Do you have training in art?


I don't have. Everything I know came from watching and practicing a lot. With passion, I began to develop the need to research more, to open my mind.


I have a degree in design and that ended up opening my mind, even though, at that point, I had already been painting for around 10 years.


When did your interest in graffiti begin and what were your influences at the time?


It started on a trip to a summer camp where I met 3 writers from Lisbon. Unfortunately, I never saw them or scenes of them again. I would really like to thank them for introducing me to the basics of what graffiti is.


My influences were what was within my reach in Barreiro: 2ts, Rima, Sikei, Eis, Rufia, Rock, Drops, Odie, Djae, Boey, Nize, Pinhal, Feijão, Colman, Dano, Cali, among many other people.


Internationally, I loved SUK, the mythical American productions (at the time, I had a really bad time with Limp Bizkit's CD which had some brutal murals on the inside of the cover). Fortunately, with graffiti.com you could still see a lot.


What was the graffiti scene like when you started? It was magical. Everything was unattainable and that made you a person who had to look for it to have it. Unfortunately, I know things after they happen, so I ended up missing a lot of important events that were happening. But, as I grew up, I started to understand where to move and where to get this information. I remember there were meetings at the Station where writers, bboys, etc. would gather, and I would stay there and watch break or graff films several times. I thought that was one of the coolest scenes and, looking back, I see that I am very lucky to be able to keep memories of situations that are very different from what exists today. As it took me many years to get to know people who painted, I ended up influencing kids in my class to come and paint. I have a lot of appreciation for the past and the way everything happened. How would you describe the current graffiti scene in Portugal? We need more initiative. What is your creative process and what are your inspirations? Currently, it just involves playing with shapes with a roller, to structure my base, and playing with all the remaining effects in a can, in layers, trying to give more importance to the textures. I still feel like I'm looking for the way, but I'm in no rush. Everything counts as inspiration. I usually make collages with photographs, colors, drawing styles and many other things that can be used as a basis for creation (more at the drawing level). In terms of lettering, I'm very inspired by the work of other writers (I love Erom, Ziner, NFA, the entire C29 crew, Riots, Azer and many others that a guy sees on Instagram). Do you paint with sketch or freestyle?


I draw half half. But the letters are always freestyle. I don't have the patience to copy from paper.


What's your favorite can?


I don't know. Maybe Dope.


What are your favorite spots/cities? I don't have any place that I painted that I didn't like. Favorite spot, perhaps, would say Barreiro. Do you prefer to paint alone or in a group? In a group, always. With barbecue, if possible.


What are your favorite spots/cities?


I don't have any place that I painted that I didn't like. Favorite spot, perhaps, would say Barreiro. What is your top 3 Portuguese writers? It's very complicated to say just three, but... Erom, Bray and Secso. And foreign writers? Moner, Sofles and Reso. (Much more) What are your future plans/projects? Paint a lot. Meet new people, cities and try new techniques. Do you have a story you want to share? After a Mata Ratos concert in Pinhal Novo (which is always stressful with pepper spray), I went with Escolha and Phyusis along the train line, towards Setúbal, to paint along the line. After 2 hours of walking and having painted 3 times each, we realized, through a poster, that we made the wrong line and were heading towards the Algarve (instead of Setúbal). We went back for another two hours and, in the morning, we ended up catching the train. Props? Big up to all those who have and have had that passion for what we do. Much respect for all those who take the initiative to add and not divide. Lastly, fuck toys.

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