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Foto do escritorDa Chic Thief

Entrevista #93 GNOK (Brasil)

PT

O meu novo entrevistado é natural da zona oeste do Rio de Janeiro.


GNOK faz parte dos ZOT (Zona Oeste Team) e é com a sua crew que prefere pintar.


A pintar desde 2014, sente-se realizado com tudo o que já fluiu e as portas que já se abriram com o graffiti, mas continua a caminhar para alcançar, no futuro, uma valorização real e as mais diversas conexões.



Conhecido pelos seus macacos, diz que uma peça que lhe falta fazer é, sem dúvida, uma empena. Mas já anda em busca desse feito, sendo um dos seus próximos objetivos.


Para a malta que está a iniciar-se no graff, os seus conselhos são "ser leal à arte, buscar referências sem copiar, respeitar a rua, saber chegar e saber sair, entender o movimento do hip hop no geral e do graff em particular, estudar e respeitar o processo e os mais velhos (mesmo que não se concorde), saber qual é o seu estilo e focar nisso sem medo. Com pintura e tempo cada peça vai-se lapidando sempre".


Fiquem com a sua entrevista.


Qual é o significado do teu tag?


Meu tag é Gnok, que vem de Kong (de trás pra frente). Aqui no Rio de Janeiro isso já foi muito usado por quem era do Xarpi (a pichação do Rio) e o Kong vem da minha dupla de bairro. O King era minha dupla, então formamos o King e Kong. Eu migrei pro graffiti e o meu amigo continuou com o Xarpi.


Tens formação em arte?


Não tenho formação, vivo do graffiti e da tatuagem. Gosto da formação da rua, tento trazer isso no meu trabalho, um pouco mais de rua, tinta e vivências.



Quando começou o teu interesse pelo(a) graffiti e quais foram as tuas influências na altura?


Meu interesse pelo graffiti começou por volta de 2014, vendo alguns grafiteiros do bairro pintando na praça onde eu morava nessa época. Já tinha dado um tempo de pixar e vendo a rapaziada pintar usando o spray, aquela animação, meu dedo coçou por um spray e comecei a buscar mais sobre o assunto, tentar entrar nesse mundo, conhecer mais.


Minhas influências foram os amigos de que hoje faço parte da crew (tainan, raios, Iogs, criz, bizu, mica e muitos outros). No começo, esses caras foram os primordiais, para além de serem locais de onde eu sou.


O que preferes? A lata de spray ou a máquina de tatuagem?


Lata de spray, só estou tatuando hoje graças ao graffiti.



Em quantos países já pintaste?


6 países, espero pintar muito mais.


Quais são os teus locais / cidades favoritos para pintar?


Local preferido é meu bairro na zona oeste do Rio de Janeiro, cidade boa demais pra graffiti.



Como descreves o panorama atual do graffiti em Portugal? Que diferenças encontras em relação ao Brasil?


Em Portugal é boa a cena, muitas letras, muito picho e bomb, eu gosto muito. No Brasil já é tudo isso e mais um pouco, em questão de ser mais fácil pintar um muro. No meu bairro, por exemplo, é só eu bater na porta de um morador e pedir o muro. E a hype lá agora dos bares, boates, eventos, barbearia e por aí é ter um graffiti em seu estabelecimento. Então, no Brasil tem mais facilidade porém pouco valor por algumas pessoas que não sacam ainda de arte, graffiti. Aqui já acho que dão mais valor ao artista, porém há pouco espaço por não ser todos locais que podem uma produção de graffiti. Passo pouco tempo aqui, é só uma observação, porém quem pode falar mais sobre isso é quem vive aqui.


Já passaste por vários festivais e jams de graffiti. Houve algum que te tenha marcado em particular?


Sim. O meu especial foi o Meeting of Styles na Alemanha, era um sonho que sempre tive quando comecei a buscar mais sobre o graffiti. Foi também onde abriu portais na minha mente.



Tiveste alguma passagem pelo lettering ou sempre preferiste os characters?


Sim, fui pichador antes (gosto muito) e já fiz bomb. Porém, o meu amor hoje é o personagem e onde consigo jogar toda minha loucura e o jeito que pinto de dentro. Gosto de tags, amo misturar com meu trabalho.


Para além dos macacos, um dos teus temas recorrentes, onde vais buscar as inspirações para as tuas peças?


Tenho muitas referências, vejo vários grafiteiros do meu estilo e sempre busco mais ideias em desenhos animados.


Também curto muito o estilo chicano, é onde tenho a maior referência na tatuagem e hoje sempre que tenho um espaço faço um chicano.



Pintas com sketch ou freestyle?


Os dois. Freestyle é bom porém nem todos os trabalhos.


O que toca na tua playlist quando pintas?


Hip hop, funk, trap, eletrônica, depende muito da vibe do ambiente. Porém, esses são meus preferidos.



Quais são os ingredientes para um bom dia de pinturas?


Minha paz, um bom dia de dedicação somente ao graffiti, liberdade.


No Rio, quando reunimos a crew para pintar, sempre rola um churrasco, isso também é muito bom. Amigos, alegria e churrascooooo.


Qual é o teu top 3 de artistas / writers portugueses?


Ahaha, isso é muito difícil. Sou muito fã dos meus amigos e indicar 3 seria algo injusto com alguns. Conta muito também por estilos, cada um tem o seu e é difícil selecionar só três.



E de artistas / writers estrangeiros?


Estrangeiros tenho alguns favoritos, são muitos também. Porém, MAUY, Manz, Ben Banzai.


Com que artista / writer gostarias de fazer uma peça conjunta?


MAUY, gosto muito do macaco que ele faz, acho que daria uma boa peça.



Qual é aquela que consideras a tua melhor peça?


A que eu fiz no MOS de Wisbaden. Como disse anteriormente, realizei um sonho e fiz meu personagem.


Quais são os teus planos / projetos futuros?


Conhecer muito lugares, pintar muito e fazer boas amizades. O graffiti tem esse poder de fazer amizades, ser recetivo, ter uma troca de conhecimento, ideias, histórias.



Tens alguma história que queiras partilhar?


Essa é boa, tenho muitas histórias. Porém, pra compartilhar aqui, nada melhor que um resumo da minha história... Saí da pichação pra poder grafitar, larguei tudo pra viver desse sonho. Não foi fácil e não é fácil, minha mente me manipulou várias vezes e quando achava que era uma furada vinha algo relacionado ao graffiti que me dava força (os amigos que conheci através da tinta, a tatuagem que hoje é minha principal fonte de renda, os verdadeiros amigos e os ensinamentos dessa tribo que me faz um ser humano melhor, levantar a bandeira de onde eu vim e mostrar prós nossos que nunca vai ser fácil mas é possível e saboroso viver do que se ama).


Cumprimentos / agradecimentos?


Agradecer a você e essa página, por essa oportunidade de trocar essa ideia. Agradecer aos old do graffiti, todos os que fizeram essa cena acontecer. À minha crew que acreditou em mim e só me acrescentou. E a todos aqueles que um dia depositaram fé em mim, vocês não sabem como esse 1% me deu força pra buscar mais e mais.


Fotografias / vídeo: GNOK

Photos / video: GNOK


ENG

My new interviewee is from the west zone of Rio de Janeiro.


GNOK is part of the ZOT (West Zone Team) and it is with his crew that he prefers to paint.


Painting since 2014, he feels fulfilled with everything that has already flowed and the doors that have already opened with graffiti, but he continues to walk to achieve, in the future, a real appreciation and the most diverse connections.


Known for his monkeys, he says that one piece he still needs to do is, without a doubt, a gable. But he is already in search of this feat, being one of his next goals.


For people who are starting out in graff, his advice is "be loyal to the art, seek references without copying, follow the street, know how to arrive and leave, understand the hip hop movement in general and graff in particular , study and follow the process and the older ones (even if you don't agree), know what your style is and focus on it without fear. With painting and time, each piece is always polished".


Here is his interview.


What is the meaning of your tag?


My tag is Gnok, which comes from Kong (backwards). Here in Rio de Janeiro, this was already used a lot by those who were from Xarpi (Rio's graffiti) and Kong comes from my neighborhood duo. King was my duo, so we formed King and Kong. I migrated to graffiti and my friend continued with Xarpi.


Do you have art training?


I have no training, I live off graffiti and tattoos. I like the formation of the street, I try to bring that into my work, a little more street, ink and experiences.


When did your interest in graffiti start and what were your influences at the time?


My interest in graffiti started around 2014, seeing some graffiti artists from the neighborhood painting in the square where I lived at that time. I had already taken a break from pixaring and watching the guys paint using spray, that animation, my finger itched for a spray and I started looking for more on the subject, trying to enter this world, learn more.


My influences were the friends that I'm part of the crew today (tainan, rays, Iogs, criz, bizu, mica and many others). In the beginning, these guys were the main ones, in addition to being local to where I'm from.


What do you prefer? The spray can or the tattoo machine?


Spray can, I'm only tattooing today thanks to graffiti.

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